Mensagem de Natal

 Este será, sem sombra para dúvidas, das minhas publicações mais profundas, mais "assertivas"...

Estamos a poucas semanas do Natal... Num Mundo marcado pela constante mudança, e marcado pelos constantes conflitos, nos mais variados pontos do globo...

E dou por mim, numa das minhas deambulações mentais, a pensar no nosso futuro (até porque, como mãe, tenho a obrigação de deixar um legado futuro digno, ao meu rebento)... Dou por mim a pensar, em momentos passados, não da minha Vida, mas sim de outras Vidas, vividas por inúmeros desconhecidos, que, tal como eu, queriam deixar um legado...

Ainda que o quadro que apresento, se remeta à Segunda Grande Guerra, a história que me faz perder, nas ameias do passado, transporta-me para um passado, um pouco anterior, ainda que, com imensas ligações a este.

 


 Corria o ano de 1914, em Dezembro, por altura do quinto mês de guerra... Soldados franco-britânicos, conseguiam travar o avanço alemão, através da Bélgica, segurando-os nos arredores de Paris.

Enquanto permaneciam numa situação de "análise e avaliação", a aproximação do Natal, trouxe algumas tentativas de tréguas temporárias, todas elas goradas.

Na Frente Ocidental, soldados alemães e britânicos, em lados opostos, permaneciam vigilantes, dentro das suas trincheiras.

Cerca de 100.000 estavam estacionados na área. Na noite de 25 de Dezembro de 1914, os soldados alemães começaram a entoar cânticos natalícios. De repente, e sem que nada o fizesse prever, do lado britânico, surgiram vozes, em inglês, que acompanhavam os mesmos cânticos, seguidos de harmónicas e até violas.

Naquela noite, alemães, franceses e britânicos, viram-se como, verdadeiramente eram, homens, jovens, com sonhos, com famílias, com sentimentos.

E aí, nem plena terra de ninguém, um oficial alemão, segurando uma bandeira branca numa mão, e duas garrafas de vinho na outra, saiu da trincheira e aventurou-se, completamente desprotegido, em diracção às trincheiras inimigas.

Invés de recebido por tiros, foi recebido por um oficial britânico, que, na sua mão, trazia cigarros, whisky e pão.

E poucos minutos depois, os soldados de ambos os lados, trocavam presentes, conversavam, brincavam, jogavam futebol, cartas, dados, cantavam, dançavam, comiam e bebiam juntos, naquela que se tornou na "Trégua de Natal", um dos momentos mais belos da história, não só daquela guerra, mas sim de todas as guerras...

Naquele momento, alemães, franceses, ingleses, viram que, na realidade, eram todos iguais... jovens que queiram viver a vida, que não gostavam da guerra.

"Querida mãe, " - escreveu um soldado - "o chão está gelado, aqui, onde me encontro. A fogueira já se está a apagar e o frio volta a instalar-se. Estou a dormir nu chão, no meu saco cama. A meu lado, tenho o meu cachimbo, que o pai me ofereceu... Mas veja lá, minha querida mãe, que dentro desse charuto, tenho tabaco alemão... Sim, alemão !!! E não foi de um cadáver ou prisioneiro. Ontem, os alemães saíram das suas trincheiras e deram-nos presentes, conversaram connosco, brincaram connosco... OH minha mãe!!! Eles não são monstros... São jovens como eu, que não queriam matar ninguém, mas foram obrigados... Mas são tão boa gente. Um colega, inclusive, foi cortar o cabelo aos soldados alemães, veja lá... Pena que isto não seja para sempre... Quero que a guerra acabe".

Esta história inspira-me... e deveria inspirar-nos a todos... Somos todos mortais, todos humanos...




Para todos vós, que seguis o meu blog, que acompanham a minha arte, deixo-vos os votos de um mágico Natal... um Natal onde o importante seja a Presença, o Afecto, o Amor...

Um Feliz e Mágico Natal, e que o Novo Ano venha repleto de Luz e Cor...